Os recentes avanços tecnológicos nas áreas de sensoriamento remoto e de sistema de informação geográfica (SIG) têm proporcionado resultados promissores no desenvolvimento de metodologias de pesquisas arqueológicas, em especial nos levantamentos de campo (prospecção) para a identificação de sítios, os quais na Amazônia brasileira são comumente identificados através da presença de terra preta, de fragmentos cerâmicos e líticos e da composição de florestas manejadas com espécies vegetais específicas associadas às antigas ocupações indígenas na região.
Imagens Landsat, Ikonos, SRTM e aerofotogrametria têm permitido identificar variáveis ambientais relacionadas a estes sítios amazônicos, estabelecendo desta forma padrões de ocupações humanas no espaço e a possibilidade de identificar novos sítios em áreas com as mesmas características ambientais, através de um modelo arqueológico preditivo. Dentre estas variáveis estão os aspectos geomorfológicos, como a rede de drenagem, a declividade e a ondulação do terreno, e também aspectos do uso e cobertura do solo, como a identificação de matas primárias e secundárias, áreas com solo exposto, a localização de várzeas e matas de igapós.
As pesquisas realizadas nos projetos Trombetas e Ferro Carajás S11D, ambos localizados no Estado do Pará, Brasil, apresentaram resultados positivos após a criação de modelos arqueológicos preditivos para cada uma das regiões. Novos sítios arqueológicos foram identificados e as análises espaciais inter e intra-sítios, realizadas no Sistema de Informação Geográfica empregado, permitiram criar hipóteses sobre possíveis rotas de circulação e as escolhas de áreas de captação de recursos e assentamentos por antigos grupos indígenas amazônicos nas áreas estudadas.
Palabras claves: Arqueologia Amazônica, Sensoriamento Remoto, Sistema de Informação Geográfica
Autores: Joao, Aires da Fonseca (Museu Paraense Emilio Goeldi, Brazil / Brasilien)