A existência de uma biografia é sintoma de uma curiosidade na qual diferentes espectadores e narradores se envolvem em concessões ao voyeurismo.
Mas a reconstrução de uma trajetória individual (quer de outro ou própria) significa também a percepção de uma rede de relações a partir da idéia de individualidade, com diferentes temporalidades (o ontem e o hoje), vínculos e pertencimentos que dizem respeito tanto sobre quem se escreve, quem escreve e para quem se escreve.
Pretendemos analisar as memórias biográficas do jurista brasileiro Clóvis Bevilaqua (1859-1944) construídas em três livros distintos: BRANDÃO, Noemia Paes Barreto. Clóvis Bevilacqua na intimidade (1989), de Noemia Paes Barreto Brandão, Clóvis Belivaqua: Sua Vida , Sua Obra (1990), de Silvio Meira, e Clóvis Beviláqua (1960), de Raimundo de Menezes e Manoel Ubaldino de Azevedo.
Será dado especial destaque para as dimensões grupais e institucionais que atuam em narrativas de afirmação/construção da memória e do esquecimento, a partir da pesquisa de arquivos e acervos bibliográficos que ofereçam fontes e subsídios para tal reflexão, na qual buscaremos analisar a construção da memória social a partir de algumas biografias de Clóvis Beviláqua, enquanto espaço comunicacional de diferentes subjetividades e modo de apreensão de uma experiência pessoal como forma de reavaliação do passado a partir das relações entre indivíduo-grupo-sociedade.
Palabras claves: Biografia, Memória, Clóvis Bevilaqua.
Autores: SILVA, WILTON (UNESP - Assis, Brazil / Brasilien)