O trabalho aborda um aspecto particular do regime militar adotado no Brasil a partir do golpe de 1964, pautando a análise nos relatos escritos por pessoas que atuaram nesta fase histórica e resolveram registrar suas experiências. E studa o universo memorialístico e historiográfico como campo revelador da tensão entre militares, políticos civis e ex-militantes da esquerda armada na construção de narrativas que buscam explicar e dar sentido aos acontecimentos do período militar. Os acontecimentos passados são geradores de diferentes construções da memória, na qual se insere a experiência política do memorialista que não é só sua, mas é também a experiência do outro. Compreende que as interpretações que denunciam o autoritarismo, o arbítrio, a violência dos direitos humanos durante os governos militares diferem ideologicamente daquelas que enalteceram o regime e defenderam o ideário da “revolução”. Por fim, caracteriza ambas as versões como representação do real, procurando, explicá-las em seu contexto de produção.
Palavras-chaves: memória, defensores, críticos, ditadura militar, Brasil
Autores: Cardoso, Lucileide (UFRB, Brazil / Brasilien)