É conhecido o impacto que tiveram os brasileiros nas instituições assistenciais portuguesas. Emigrados no Brasil, foram muitos os portugueses que não cortaram os seus laços com a metrópole, mantendo-se como irmãos de diversas organizações. Na proximidade da morte, a maioria, recordou-as legando-lhes maiores ou menores fortunas, com o objectivo de as mesmas patrocinarem a salvação das suas almas. A herança que a Misericórdia portuguesa de Arcos de Valdevez recebeu do brasileiro padre Cipriano Gomes Claro mostra esta tendência. Falecido na cidade da Baía, em 1730, beneficiou testamentalmente esta instituição, a qual ficaria com a obrigação de rezar perpetuamente uma missa quotidiana, velando assim pela sua alma. Concomitantemente a Santa Casa poderia emprestar o capital legado, socorrendo as famílias mais carenciadas, prática comum neste tipo organizações, como forma de fazerem render os bens herdados.
Palabras claves: Brasileiros, Misericórdia, juros.
Autores: Ramos, Odete (Universidade do Minho, Portugal / Portugal)