Trata-se de discutir a emergência de uma nova forma da retratística no mundo luso-brasilero em fins do século XVIII com grande poder de permanência no século XIX. Esta retratística define um perfil do homem moderado talhado à política e à governança. Gostaria de mostrar a configuração plática desta retratística, o que porta de novo, as alegorias políticas com as quais dialoga, bem como demarcar as séries de retratos então relegados ao tempo do passado, ao tempo do Antigo Regime e do domínio metropolitiano. Em outra direção, esta retratística dos homens de governo também dialoga com outras configurações humanas: os negros, os pardos, os mulatos, os índios e também das lideranças políticas e sociais populares. É ainda possível indagar a repetição destas imagens ao longo do século XIX e as maneiras pelas quais acabaram por constituir uma espécie de cânone visual do homem de elite e letrado na Galeria Sisson com seus ilustres brasileiros. Esta ponência contempla ainda a produção, circulação, divulgação e reprodução destas imagens.
Palavras-chaves: Cultura Política Memória Trajetória Desenho Processo de Subjetivação
Autores: Schiavinatto, Iara (UNICAMP, Brazil / Brasilien)