A comunicação pretende tecer uma leitura crítica do romance Os rios profundos de José Maria Arguedas valendo-se do conceito de heterogeneidade de Antonio Cornejo Polar na medida em que tal conceito permite uma ampliação dos debates em torno dos confrontos, sobretudo culturais, estabelecidos pelo colonialismo hispânico em terras andinas. O romance, que se concentra no percurso espacial e temporal do pequeno Ernesto, permite perceber - sempre em perspectiva dialética - as relações tensionadas entre as culturas andinas e a presença hispânica, marcando não só as relações de força estabelecidas pelo macrossistema colonialista mas sobretudo como as conformações sociais deflagradas a partir de então interferiram não só no modo de ser e estar no mundo das populações locais mas em suas possibilidades de sobreviver materialmente e culturalmente diante da presença do outro.
Palabras claves: Ficção, História, Colonialismo, Literatura hispano-americana
Autores: Rejane, Vecchia (Universidade De São Paulo, Brazil / Brasilien)