A América do Sul tem se revelado uma região livre de
conflitos armados, situação apenas esporadicamente alterada. Os processos de
transição política dos regimes autoritários vigentes dos anos 1960 a 1980
conferiram novo estatuto de entendimento entre os países e medidas de confiança
mútua foram sendo estabelecidas. O quadro mais geral sugere maiores
possibilidades em cooperação em Defesa, de forma a que se configure um Complexo
Regional de Segurança consistente e crescentemente institucionalizado.
Entretanto, ao lado de avanços significativos, a região ainda padece de
integração em menor nível do que se poderia atingir, se comparado a outros
mecanismos regionais similares. As percepções sobre a cooperação, que envolve
mecanismos de alteridade, se apresentam como questão chave para melhor
compreensão dos desafios que se apresentam. Os discursos securitizadores,
enquanto afirmação de ideais norteadoras de estratégias de Segurança e Defesa,
são reveladores das percepções sobre cooperação entre diferentes atores. A
proposta é analisar os percursos geradores de sentido destes discursos,
centrando o enfoque nos próprios governos, via exame de Livros de Defesa, militares,
diplomatas e mídia impressa em três países do Cone Sul: Argentina, Brasil e
Chile no período pós-autoritário.
Keywords: percepções sobre cooperação em Segurança Regional; Cone Sul; discurso securitizador; atores
Author: Soares, Samuel (UNESP, Brazil / Brasilien)