Nesta comunicação vamos apresentar uma reflexão sobre a experiência de uma familia hohodene, que migrou a cerca de trinta anos, do Rio Ayari, para São Gabriel da Cachoeira. Há cerca de sete anos este grupo familiar, residente na comunidade peri urbana Itacoatiara mirim, passou a manifestar o desejo e efetivamente a propor projetos de revitalização cultural, constituidos por objetivos como construção de uma maloca e realização de um documentário de uma expedição à comunidade de origem, Camarão, com o desenterro das flautas e trompetes kowai.
É interessante perceber como o discurso do mestre da maloca, idealizador do projeto, apesar de permeado com sutis traços de um “pessimismo sentimental”, apresenta sim, um otimismo candente e crescente. Seu Luiz tem empreendido uma pesquisa sistemática junto a seus parentes e tem implementado cada vez mais itens considerados tradicionais dos Baniwa. Isto sem contrapor a sua atuação na Igreja Adventista, cujos cultos frequenta. Raras vezes seu Luiz coloca em oposição estas ações. O mesmo ocorre com seu filho, o gestor dos projetos em andamento, um jovem que frequenta as casas noturnas da cidade de São Gabriel e entusiasticamente se tornou, juntamente com outros jovens da comunidade, fotógrafos e realizadores de cinema.
A maloca construída, palco de muitas atividades que reuniram personalidades importantes, tem cumprido seu papel incialmente previsto de servir como referência para e de povos indígenas na cidade de São Gabriel da Cachoeira.
Desenterrar as flautas e trompetes sagrados atualiza o estar no mundo destes baniwa. Estes instrumentos fundaram os lugares do mundo Baniwa, são os canais de trocas nos planos vertical entre estes e os ancentrais e no horizontal, entre estes e os parentes, e o mundo dos brancos.
Palabras claves: Baniwa, Música baniwa, maloca, flautas e trompetes sagrados.
Autores: Montardo, Deise Lucy (UFAM, Brazil / Brasilien)
Co-Autores: Adeilson Lopes da Silva (Instituto Socioambiental)