No México pré-hispânico, os enterramentos eram realizados em lugares sagrados, perto dos cerros ou templos, junto com seus deuses, representados pequenas estátuas, além de um cachorro, que acompanhava o morto para que ele não errasse o caminho para o Mictlán (lugar dos mortos). Uma vez por ano, em agosto, retornavam para rever seus familiares e participar das festas organizadas em sua homenagem.Essas manifestações religiosas e profanas permanecem no imaginário de grande parte da população mexicana, com suas ressignificações, especialmente onde predomina a mestiçagem ou comunidades indígenas. Elas integram a cosmovisão de grande parte da população mexicana até os dias atuais.
Os relatos sobre o retorno do Mictlán consistem em narrativas ricas em detalhes sobre a vida dos antigos mexicanos. As histórias contadas , permeadas pelas tradições e mitos de fundação, indicam fortes traços da cultura cristã-ocidental, que traduzem o sincretismo existente naquelas práticas culturais, através da apropriação das representações introduzidas pela cultura européia.
Os relatos revelaram marcas identitárias encontradas nas sociedades mexicanas tradicionais, para a construção de seus mitos e história. As sociedades são capazes das mesmas transposições e reformulações do código simbólico da geração de novas oposições a partir das velhas, assim como as sociedades modernas.
Palavras-chaves: Tradição-Modernidade -Representações Simbólicas -Práticas Culturais
Autores: Maria Teresa, Toribio Brittes Lemos (Universidade do Estado do Rio de Janeiro_UERJ, Brazil / Brasilien)